Contra‑testemunhas: Mauro Cid e Braga Netto se enfrentam no STF em acareação sobre caixa de vinho

No dia 24 de junho de 2025, o Supremo Tribunal Federal (STF) realizou acareação entre o tenente‑coronel Mauro Cid e o general Walter Braga Netto, no âmbito da investigação sobre tentativa de golpe após as eleições de 2022. A audiência, conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, teve como foco confrontar versões divergentes sobre reunião e a entrega de dinheiro em caixa de vinho :contentReference[oaicite:2]{index=2}.

O que é uma acareação e por que ela foi marcada?

A acareação é uma ferramenta prevista no Código de Processo Penal, usada para esclarecer contradições nos depoimentos de réus ou testemunhas. Essa sessão em especial foi requerida pela defesa de Braga Netto para confrontar diversas divergências em relação à versão apresentada por Cid :contentReference[oaicite:3]{index=3}.

Pontos centrais do confronto

• Reunião de novembro de 2022: Cid afirmou que esteve na casa de Braga Netto para tratar do plano “Punhal Verde e Amarelo” — o general nega ter ocorrido qualquer discussão operacional ou golpista :contentReference[oaicite:4]{index=4};
• Entrega de dinheiro em caixa de vinho: segundo Cid, Braga Netto entregou R$ 100 mil em espécie dentro de caixa de vinho para financiar ações antidemocráticas via major das Forças Especiais — Braga Netto contesta e diz que encaminhou a solicitação ao tesoureiro do PL, com resposta negativa :contentReference[oaicite:5]{index=5}.

Como foi a acareação no STF?

A audiência, realizada na sala da 1ª Turma, contou apenas com a presença do ministro Alexandre de Moraes, do ministro Luiz Fux, advogados dos réus e o próprio Mauro Cid e Braga Netto — sem transmissão pública ou gravação em vídeo, conforme decisão de Moraes :contentReference[oaicite:6]{index=6}.

A sessão durou quase duas horas. Durante o confronto, Braga Netto manteve sua versão de ausência de qualquer pagamento pessoal — refutou a versão de entrega de dinheiro e afirmou que não teve envolvimento com atos antidemocráticos. Cid reafirmou que o caixa de vinho com dinheiro foi entregue no Palácio da Alvorada :contentReference[oaicite:7]{index=7}.

Impactos jurídicos dessa acareação

O resultado da acareação é decisivo para a fase de instrução da ação penal. Se for concluído que há provas fortes de divergência, a PGR poderá consolidar as acusações ligadas à tentativa de golpe e à associação criminosa. É o passo que antecede o julgamento definitivo na Primeira Turma do STF :contentReference[oaicite:8]{index=8}.

Exemplo prático

Imagine que um réu apresente duas versões incompatíveis sobre um mesmo fato — isso enfraquece a sua defesa. A acareação serve para expô-lo ao contraditório, aumentando a credibilidade de testemunhas ou revelando inconsistências graves.

O que vem a seguir?

Após a acareação, os ministros terão acesso às atas para comparar com as provas documentais e depoimentos anteriores. Depois haverá oportunidade para a apresentação de alegações finais pelas defesas e acusação. Por fim, será marcado o julgamento na Turma, possivelmente até setembro :contentReference[oaicite:9]{index=9}.

Enquanto isso, novas diligências podem ser determinadas. A defesa de Anderson Torres seguirá com outra acareação, comprovando divergência ao ser confrontado com o general Freire Gomes :contentReference[oaicite:10]{index=10}.

Base legal e referência externa

Para entender os limites e possibilidades da acareação, consulte o Código de Processo Penal, que regula o procedimento do confronto de versões.

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Conclusão: acareação como instrumento decisivo no STF

A acareação entre Mauro Cid e Braga Netto é um dos momentos cruciais na apuração da suposta tentativa de golpe de Estado. O desfecho deste confronto deverá influenciar fortemente o rumo do processo, tanto na instrução como no resultado final do julgamento.

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Fonte original da notícia: NSC Total – Contradições e dinheiro em caixa de vinho põem Mauro Cid e Braga Netto frente a frente no STF