Moraes intimado pelos EUA: nova disputa jurídica com empresas de Trump
Na segunda-feira (7 de julho de 2025), a Justiça da Flórida emitiu uma nova intimação contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O pedido parte das empresas Trump Media & Technology Group e da plataforma de vídeos Rumble, que acusam o ministro de promover censura ao ordenar bloqueios de perfis em redes sociais dentro do Brasil.
Qual é o teor da acusação?
As empresas alegam que Moraes violou a Primeira Emenda da Constituição dos EUA — que protege a liberdade de expressão — ao ordenar o bloqueio de contas de influenciadores como Allan dos Santos, que operam nos EUA através da Rumble. Elas pedem que as decisões sejam declaradas inexequíveis no território americano e que o ministro seja responsabilizado pessoalmente.
Prazo e consequências da intimação
Moraes tem 21 dias para responder à intimação após o recebimento formal do documento. Caso não responda, poderá ser julgado à revelia, com decisão baseada apenas nas alegações apresentadas pelas empresas.
Situação atual no Brasil
O STF informou que Moraes **não recebeu** a intimação até o momento. A Advocacia‑Geral da União (AGU) já prepara manifestação, indicando que Moraes atuou como membro do STF e não de forma particular — buscando demonstrar que decisões judiciais não podem ser aplicadas a pessoas físicas.
Contexto da disputa jurídica
Em fevereiro, Moraes havia ordenado a suspensão da Rumble no Brasil por ela não cumprir ordens judiciais, como bloqueio de perfis de Allan dos Santos. A Rumble recorreu, e as empresas acusam o ministro de invadir soberania americana ao tentar impor censura nos EUA.
[Rumble: entenda a disputa entre Moraes e rede social ‘conservadora’](https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2025/07/08/disputa-entre-moraes-e-rumble.htm?utm_source=chatgpt.com)
Implicações jurídicas e diplomáticas
- Conflito de jurisdição: empresas defendem que decisões judiciais brasileiras não podem alcançar empresas ou pessoas nos EUA;
- Autoridade do STF: a AGU argumenta que Moraes atuou como agente público no exercício de sua função;
- Risco de sanções: há discussão sobre ser possível aplicar sanções contra autoridades estrangeiras; diplomatas alertam para risco de “agressão a soberania brasileira”;
- Precedente internacional: o caso pode impactar futuras decisões judiciais sobre jurisdição e liberdade de expressão em plataformas digitais.
O que esperar a seguir?
A AGU deve apresentar embargos à intimação, defendendo a imunidade funcional de Moraes como ministro do STF. A Justiça da Flórida então terá que decidir se aceita o argumento e mantém ou rejeita a intimação.
No Brasil, o STF deve monitorar os desdobramentos internacionais. Empresas e plataformas digitais acompanham o desfecho com interesse, buscando parâmetros para operações globais.
Conclusão
A intimação de Moraes pelos EUA abre um capítulo inédito no Direito Internacional e põe em xeque o alcance de decisões judiciais nacionais sobre plataformas globais. Caso envolva questões de soberania, liberdade de expressão e jurisdição extraterritorial.
Se você atua em Direito Internacional, Constitucional ou Mídia Digital, este é um caso emblemático para acompanhar. Para orientação sobre jurisprudência comparada, tensão entre sistemas legais ou defesa de autoridades públicas, procure um advogado especializado.
Fonte da notícia para validação: UOL Notícias – Moraes intimado novamente pela Justiça da Flórida