O que é mentoria jurídica?
Talvez não existam duas coisas tão complexas como o mundo das leis e o universo do empreendimento.
No primeiro, a todo tempo surgem novos decretos, jurisprudências e casos que mudam completamente a interpretação de artigos dos Códigos. No segundo, as mentorias de negócios que trabalham com questões legais se esforçam para manter os empreendimentos dentro dos preceitos da legislação.
Citamos estes dois grupos em particular porque é exatamente neles que vamos focar o artigo de hoje.
São dois nichos que podem gerar muitas oportunidades para advogados experientes que queiram evoluir em suas carreiras e ampliar seu portfólio de serviços.
Se você se identifica com isso, é só seguir a leitura e vamos contar mais para você!
Mentoria para advogados novatos
Qualquer recém-formado em Direito percebe rapidamente que dar os primeiros passos em suas carreiras na advocacia não é uma tarefa simples. De fato, esse caminho está cheio de desafios, dificuldades e surpresas.
Uma coisa é o universo acadêmico, outra coisa, bem diferente, é o dia a dia da profissão.
Até mesmo quando ainda estagiários, os estudantes de Direito se dão conta que as habilidades necessárias para vencer nessa profissão são bem diferentes das do mundo acadêmico.
Por isso, você, profissional já com larga experiência na advocacia, pode ajudar os novatos em questões como as que listamos a seguir.
Criar uma marca pessoal
No Direito, há todo um conjunto de valores estéticos que os clientes buscam reconhecer nas marcas. Você, como mentor jurídico, pode orientar seus mentorados desde a criação da logo até a papelaria que será usada pelo escritório.
Além disso, o Direito tem um proceder muito particular, no que se refere ao comportamento. Neste sentido, seus pupilos precisam aprender a serem cordiais e a impor respeito ao mesmo tempo, além de inclusive aprenderem a se vestir e entenderem os códigos que regem uma boa imagem profissional.
Trabalhar como autônomo ou em sociedade?
É muito comum que egressos recentes fiquem na dúvida entre trabalhar sozinhos ou abrir um escritório de advocacia em parceria com outro colega do Direito.
Seu papel, como mentor e empreendedor de sua própria carreira, será guiar estes jovens profissionais para que eles façam a melhor escolha.
E como os advogados novatos não têm conhecimentos suficientes para tanto, você pode orientá-los a escolher segundo suas condições financeiras, mostrar as vantagens e desvantagens de abrir uma firma de Direito própria, apresentar a possibilidade dele trabalhar como associado, entre outras opções.
Honorários: quanto cobrar pelos serviços de advocacia?
Essa dúvida não é exclusividade do mundo do Direito, mas ela pode ser particularmente difícil para jovens advogados.
De fato, a precificação de serviços é algo que demanda cuidado durante toda a carreira, não só no começo. Como mentor, você pode fornecer os argumentos certos para que seus mentorados estabeleçam honorários justos, tanto para eles como para seus clientes.
Seus esclarecimentos devem considerar a formulação de contratos de trabalho, definir o valor por hora e como precificar quando se trabalha para uma organização com CNPJ e para uma pessoa física.
Áreas de especialização
Um bom mentor também sabe ler seus mentorados e ajudá-los a trilhar um caminho pela área do Direito que mais tenha a ver com suas habilidades e interesses.
A mentoria, como um processo personalizado e de longo prazo, permite que você, mentor jurídico, identifique traços nos mentorados que indiquem se eles se dariam melhor com Direito Trabalhista, Civil, Previdenciário, Empresarial ou na advocacia pública.
E já que citamos o Direito aplicado no ambiente das empresas, podemos entrar no segundo ponto do começo do artigo, quando falamos de empreendimentos.
Mentoria jurídica para organizações
Uma frase do empreendedor Bruno Feigelson diz que “o advogado é e sempre será indispensável”. Uma sentença contundente, e que no mundo corporativo, tem toda a razão de ser.
Se empreender já é complicado, uma empresa ainda tem que estar atenta a não fazer nada que dê origem a processos e estar perfeitamente regularizada juridicamente.
Em um mundo ideal, cada empresa teria um advogado à disposição para acompanhar cada ato e levar adiante qualquer processo jurídico que possa ter lugar.
Mas como sabemos, não vivemos em uma utopia (longe disso).
E já que o advogado sempre será indispensável, uma empresa pode apostar na contratação de uma mentoria jurídica.
Neste caso, sua mentoria jurídica vai focar no empreendimento como um todo, para ajudá-lo a ampliar as chances de sucesso e a minimizar potenciais problemas legais.
Como fazer isso? Por meio de uma capacitação orientada à solução de dúvidas e na orientação em cada etapa do negócio, seja inicialmente, quando for preciso confirmar a viabilidade dos serviços a prestar ou quando o empreendimento já esteja funcionando.
De forma prática, você, como mentor jurídico corporativo, pode orientar as empresas com questões como:
Saber qual é a legislação aplicada a cada negócio: o compliance é um desafio para empresas que querem garantir que estão de acordo com regras ambientais, trabalhistas, tributárias e regulatórias, além de questões éticas.
Formalização do empreendimento: a informalidade não cabe no mundo corporativo. Neste sentido, como mentor você pode ajudar empresas a saber como registrar suas marcas, definir o setor de atuação, identificar a natureza do empreendimento entre outros aspectos relacionados.
Escolha do tipo societário correto: sociedade simples, anônima, limitada, em comandita por ações, cooperativas, entre outras. Essas alternativas podem parecer latim para quem é de fora do Direito. Cabe a você orientar as marcas em qual escolher.
Memorandos de entendimento entre sócios: conhecido como MoU (Memorandum of Understanding), é especialmente interessante em parcerias entre futuros sócios que ainda não estão no momento de registrar uma empresa propriamente dita, mas querem ter todas as responsabilidades definidas.
Poderíamos seguir com essa lista com muitos mais itens, mas o que queremos ilustrar é o fato de que as empresas precisam de alguém como você para orientá-las em suas decisões legais e aspectos jurídicos em geral.
O objetivo, neste caso, é que nenhuma companhia deixe de contar com algum tipo de orientação jurídica, mesmo que não possam necessariamente contratar um advogado interno.
Dessa forma, a você que deseja trabalhar como mentor jurídico, que primeiro saiba como criar uma mentoria e assim consiga criar sua própria metodologia de orientação de aspectos legais.
Em seguida, não deixe de conferir o que você pode e o que não pode fazer no marketing jurídico!