Plano de saúde deve custear mastopexia reparadora após ruptura de prótese
Plano de saúde deve custear mastopexia reparadora após ruptura de prótese
Em decisão proferida em 23 de junho de 2025, o juiz Abílio Wolney Aires Neto, da 9ª Vara Cível de Goiânia, determinou que a operadora Hapvida autorize e financie a cirurgia de mastopexia reparadora em paciente que sofreu ruptura extracapsular de prótese mamária direita. Inicialmente, o plano só havia autorizado o explante e a linfadenectomia, mas a equipe médica recomendou a mastopexia no mesmo ato cirúrgico, devido ao alto risco da paciente.
Por que o plano foi obrigado a arcar com a mastopexia?
A paciente, que já enfrentou dois episódios de tromboembolia pulmonar (TEP), foi classificada como de alto risco para procedimentos invasivos. O advogado destacou que realizar o tratamento completo em um único ato minimizaria riscos, evitando múltiplas sedâncias e anestesias curtas, o que comprovou a necessidade da mastopexia reparadora complementar.
Fundamentos jurídicos da decisão
- Código de Defesa do Consumidor (CDC): aplicável aos contratos de plano de saúde, principalmente por se tratarem de contratos de adesão;
- Lei dos Planos de Saúde: que assegura cobertura integral de procedimentos prescritos por médico;
- Princípios constitucionais: direito à saúde e à dignidade da pessoa humana.
Entenda o que é mastopexia reparadora
Trata-se de cirurgia plástica realizada para reposicionar, remodelar ou recompor o formato da mama, especialmente após eventos adversos como ruptura de prótese. No caso em questão, a mastopexia foi considerada parte essencial da reconstrução da saúde e da integridade física da paciente, não sendo mera estética, mas procedimento reparador indicado por equipe médica.
Exemplo prático de intervenção única
Imagine uma beneficiária com prótese rompida, que necessita retirar a prótese e reconstruir a mama. Realizar duas cirurgias — uma para explante e outra para mastopexia — poderia duplicar riscos anestésicos, hospitalares e de complicações. A decisão judicial visa unir atos em um único procedimento, para evitar agravos médicos e riscos desnecessários.
Impactos para planos de saúde e beneficiários
Essa sentença reforça a obrigação dos planos de saúde de seguirem a prescrição médica. Negar parte do tratamento quando este é essencial viola direitos do consumidor e pode resultar em condenação judicial.
- Beneficiários: podem utilizar a decisão como precedentes para garantir cobertura completa;
- Operadoras: precisam revisar políticas internas, especialmente em casos de pacientes de alto risco;
- Advogados: têm respaldo legal e jurisprudencial para defender demandas semelhantes.
Referências legais essenciais
Para apoiar publicações no blog, vale citar:
- Lei nº 9.656/1998 (Lei dos Planos de Saúde);
- Código de Defesa do Consumidor;
- Principais dispositivos constitucionais sobre saúde e dignidade.
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Conclusão: cobertura judicial reforça direito à saúde plena
Ao reconhecer a necessidade da mastopexia reparadora juntamente com o explante de prótese rompida, a Justiça reforçou o caráter reparador do tratamento integral. É mais uma vitória para pacientes em situação clínica delicada, cujo protocolo médico não pode ser fragmentado sem prejuízo à saúde.
Se você enfrenta negativa semelhante ou precisa defender um caso de tratamento negado, conte com um advogado especializado para garantir seus direitos com segurança e técnica.