China pedirá à OMC direito de impor US$ 2,4 bi em tarifas aos EUA
A China solicitará permissão da Organização Mundial do Comércio (OMC) para impor tarifas sobre produtos americanos por US$ 2,4 bilhões, como compensação por uma disputa comercial de sete anos.
Em comunicado divulgado aos membros da OMC na semana passada, mas enviado à imprensa apenas nesta segunda-feira, a China diz que essas sanções são justificadas pelo “desrespeito permanente dos Estados Unidos” às decisões da OMC.
O conflito data de abril de 2012, sob a administração do então presidente americano Barack Obama. A OMC criou um painel de especialistas a pedido de Pequim, que denunciou medidas antidumping dos EUA contra produtos chineses em vários setores.
Os Estados Unidos justificaram essas medidas compensatórias como necessárias para desmantelar os subsídios que a China concedia a certos setores industriais.
Em 2014, porém, o Órgão de Solução de Controvérsias (OSC) da OMC deu razão à China, em primeira instância e em apelação, e solicitou aos Estados Unidos que modificassem essas medidas para respeitar o Acordo sobre Subsídios e Medidas Compensatórias (ASCM).
A OMC autoriza medidas antidumping, mas apenas sob certas condições.
O governo dos EUA demorou para agir por vários anos e, em março de 2018, os juízes da OMC deram razão à China, considerando as tarifas americanas ilegais.
Pequim agora solicitará oficialmente ao OSC a aprovação de sua lista de sanções tarifárias em uma reunião na próxima semana.
Essa antiga disputa alimenta o conflito comercial que os dois gigantes da economia mundial travam há meses, com sanções tarifárias mútuas por bilhões de dólares.